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Perita participa de ação que resgatou 106 animais de cativeiro clandestino em Manaus

O trabalho da perita criminal do Setor de Meio Ambiente  Laura Bernardes foi primordial para a apreensão de 106 animais domésticos e silvestres que viviam em um cativeiro clandestino no bairro Jorge Teixeira, na zona Leste de Manaus. Os animais foram encontrados em estado crítico de saúde, enjaulados, com pelagem emaranhada, machucados e com muitos dias sem higienização.

A operação iniciou com uma denúncia anônima de maus tratos que levou a perita até o local na última terça-feira. De acordo com Laura, ao chegar na casa, ela imediatamente percebeu que não se trataria de uma simples perícia ambiental. 

“Logo na entrada já tinha uma gaiola com uma cachorrinha branca, e muitos animais dentro da casa. Visualizei pássaros, macacos e animais domésticos como cães de todos os portes, e um cheiro muito forte de fezes e urina de animais” descreveu. Laura disse ainda que essa foi a pior situação que já viu nos seus doze anos de perícia ambiental

Após esse primeiro contato, ela ligou imediatamente para a delegada titular da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) e solicitou a presença dela no local do crime, diante da gravidade do problema. Ela também recomendou que os demais órgãos ambientais fossem acionados, pois existiam animais domésticos e silvestres que precisavam ser resgatados. O IBAMA ficou responsável pelos animais silvestres, enquanto uma ONG tratou de recolher e cuidar dos animais domésticos. 

Laura ficou no local até o resgate do último animal. A perícia durou seis horas em um primeiro momento. E, após o resgate, foram necessárias mais três horas de exames nos animais. O trabalho, no entanto, só terminará quando todas as 65 espécies de animais silvestres forem identificadas pelos peritos. No total foram apreendidas 20 aves silvestres e 24 exóticas, 12 primatas, 39 cachorros, 2 gatos, 1 quati, 2 cutias, e seis quelônios.

Duas pessoas que estavam no local foram levadas à delegacia. Uma delas, uma senhora de 62 anos que dizia receber os animais na porta da casa dela. “Isso é muito estranho, pois havia animais de raça, tinha uma cachorra fêmea que estava grávida, e eram muitos animais de várias espécies. Não tinha como ela receber todos em casa”, avaliou. 

Cuidados

Os animais domésticos foram encaminhados no mesmo dia para três clínicas veterinárias parceiras de forma gratuita, já que o Estado não possui esse serviço. Eles estão em tratamento, tomaram banho, receberam vacina, vermífugo, foram castrados e em aproximadamente 30 dias entrarão no processo de adoção responsável. 

Já os animais silvestres foram encaminhados pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para o Ibama, para que os procedimentos necessários fossem realizados. Primeiramente eles ficarão em quarentena e farão exames para identificar quais estão em condições de soltura e quais precisarão ser encaminhados para espaços mais adequados, como zoológicos.